sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Impressões




Sinto-me como numa rodinha, aquelas que a gente brinca quando é criança. Tudo gira ao meu redor, rodo, rodo e não saio do lugar. Não vejo, não percebo nada do que se passa. As coisas no meu entorno não passam de borrões, não defino nada. A certeza que levo disso é que quando eu levantar e andar vou estar um pouco tonta, talvez até caia uns tombos até me recompor. Mas quando eu me recompuser tudo vai estar no lugar. Quando eu me recompuser, vou ver, vou perceber o que se passa e os borrões vão virar sorrisos, vou poder definir tudo. Quando eu me recompuser tudo vai estar bem, vou sair do lugar, vou olhar pra trás e ver que era só uma rodinha de criança. 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Palavras...


Porque as palavras estão tão desacreditadas? 'As ações são muito mais sinceras do que as palavras', 'Uma imagem vale mais do que mil palavras', e por aí vai.
Vivemos em mundo que se acostumou a subestimar as palavras. Grande erro, elas são poderosas.
Nossa geração as trata mal, as mutila, em prol da comunicação rápida, moderna e, principalmente vazia. Para essa gente com tanta pressa a palavra perdeu o valor, perdeu o sentimento.
À poucas gerações passadas se dizia com orgulho:
- Eu lhe dou a minha palavra! - e ai de quem a menosprezasse.
Mas hoje em dia a conversa é outra, a gente dá nosso dinheiro, nosso CPF, nossa assinatura reconhecida em cartório, e tudo o mais que nos pedirem, até a palavra. Mas essa última a gente dá com indiferença, e quem recebe com mais descrença ainda. Afinal quem nesse país a cumpre?!
Todos falam muito, prometem demais, eu te amo saem sonoros de nossas bocas e com uma facilidade absurda, mas sempre subestimamos o poder transformador de cada palavra dita, pro bem ou pro mal.
Se me fosse dado o direito de aconselhar toda essa geração e as que estão por vir eu diria: cuidem bem das palavras, aprendam a usá-las, a tratá-las bem. Elas podem, e devem ser tão sinceras quanto qualquer atitude, valer tanto quanto, ou mais, que qualquer imagem.
Valorizem-nas mais, vocês não vão se arrepender.
Eu lhes dou a minha palavra!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Devaneios...


As vezes a vontade é desistir, levantar bandeira branca.A gente tropeça, se levanta, desanima, se ergue de novo, levanta a cabeça, infla o peito e vai com toda a garra.Surpresa! Mais um obstáculo, mais um tombo...e então a gente cansa, cansa da luta diária, das pequenas batalhas.Mas a quem pedir trégua??? A quem pedir um tempo quando a nossa guerra é interna? Se o único inimigo na trincheira somos nós mesmos? Não dá né! Então a gente se ergue e começa tudo de novo!

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Me sinto uma doença auto imune: me volto contra mim mesma, me destruo até que eu esteja arrasada. Auto-boicote. E pra completar tamanha redundância, tamanho egocentrismo eu me pergunto: onde foi que eu errei?

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Sento e admiro. A paisagem do jardim em frente me faz sentir como em um quadro de Monet. Já me vejo descalça na grama embaixo de um triste Chorão, o sol de meio de tarde aquecendo algumas plantas, o vento beijando meus cabelos e mudando a forma do meu vestido. Mas espera aí, vejo onomatopeias no meu Monet...é um fusca cor de rosa me trazendo a realidade!

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Mudanças...
Tenho pavor delas. O desconhecido e a falta de controle sobre o que virá me enlouquecem. Mas vou na contramão e as faço - as mudanças -, por menores que sejam. Não posso sentir o tédio ou a rotina se aproximando que mudo:a cor do cabelo ou o corte, meu ponto de vista, o jeito de falar, até o emprego. Meu método é 'não convencional', me explico, se meu medo é de altura...simplesmente me jogo.

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Choro, esperneio, me viro do avesso. Sofro, me arrependo e ouço: erro calculado minha filha, nada que não possa ser sanado. Na verdade não sei, nunca calculei nada, que dirá meus erros. Talvez até tenha tentado consertá-los, mas seguirão a vida toda rotulados como erros. Mudar rótulos dá trabalho, dá preguiça!