Sinto-me como numa rodinha, aquelas que a gente brinca
quando é criança. Tudo gira ao meu redor, rodo, rodo e não saio do lugar. Não
vejo, não percebo nada do que se passa. As coisas no meu entorno não passam de
borrões, não defino nada. A certeza que levo disso é que quando eu levantar e
andar vou estar um pouco tonta, talvez até caia uns tombos até me recompor. Mas
quando eu me recompuser tudo vai estar no lugar. Quando eu me recompuser, vou
ver, vou perceber o que se passa e os borrões vão virar sorrisos, vou poder
definir tudo. Quando eu me recompuser tudo vai estar bem, vou sair do lugar, vou
olhar pra trás e ver que era só uma rodinha de criança.