segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A incrível necessidade de ofender



Outro dia desses li uma reportagem sobre as declarações de Ed Motta acerca de um tributo a Tim Maia que terá a participação de Ivete Sangalo e Criolo. Ed faz uma série de críticas que seriam plenamente aceitáveis não fosse a desastrosa frase final: "Mais do que sacanagem, é um desrespeito por gente que dedicou a vida inteira a isso. Vontade de vomitar, que coisa PODRE".  

Imediatamente me veio à mente a série de discussões das quais participei, ou apenas li, desde as eleições e que sempre descambam para a ofensa pessoal. Então fiquei me perguntando: por que temos essa incrível necessidade de ofender quando as opiniões e situações divergem do que queremos, imaginávamos, achamos correto, ou seja lá o que for? Por que não conseguimos divergir simplesmente e construtivamente?

Coloquei muitas justificativas na pauta: psicologia humana, primitivismo, redes sociais, nível cultural, formação, informação, etc. Porém só uma explicação me convenceu, vivemos em uma sociedade que nos fez acreditar que nossa opinião é mais importante que qualquer outra, e que podemos expor e defender sem medir conseqüências, e digo mais, aprendemos que não podemos aceitar quando as mesmas ofensas são contra a gente. Sim, somos idiotas por acreditar nisso e salvaguardar esse nosso suposto direito.


Nossas opiniões são importantes sim, mas não mais que as relações que construímos e as que ainda virão. Eu tenho feito a minha parte, penso algumas vezes antes de expor minhas idéias e com isso aprendi que perder, ou nem sequer começar uma discussão não me faz menos inteligente, não influencia na minha personalidade, não altera meus valores, apenas me ensina que pessoas são diferentes, pensam diferente, e o mais importante, elas tem esse direito. Podemos achar pontos convergentes sempre, e é com eles que vamos construir coisas belas.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Meros devaneios tolos.


Tudo aquilo que quis, mas não disse.
Tudo aquilo que ouvi sem merecer.
Tudo o que ansiei ouvir, mas calou.
Vira tudo lágrima, noites sem dormir, raiva...
E por fim texto.
Pedra atirada a esmo, jamais.

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Palavras bonitas não me ajudam, mas também não me ferem, o que já é de grande valia. Afinal, mais fácil é lidar com a ferida já cicatrizada, já conhecida e velha amiga, do que com as quais acabaste de abrir.

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O que escrevo é intuitivo. Quero me fazer entender. Quero transferir para o papel o que sinto e o que penso. Os puritanos que me desculpem, mas as amarras da língua extremamente correta não me interessam, incomodam até. Quero expressão, emoção. Sujeitos, predicados, verbos, conjunções, etc., que se danem. Quero que mexa com quem lê. Mesmo que seja pela indignação do erro de português cometido.

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Por que a sombra de nossos pais por vezes nos persegue?
Queremos superá-los ou igualar em tudo que admiramos, mas nem sempre conseguimos. Queremos fugir pra não ser tudo aquilo que detestamos. Impossível, passamos a vida toda nos comparando, para o bom ou para o ruim. Acho que nos deveria ser dado o direito de escolha do que herdar. Qual parte do DNA queremos carregar.

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Ahh a paciência... Taí uma virtude que eu queria ter. E outras que derivam dela como a calma. Mas esse vulcão que habita em mim não me permite tamanha qualidade!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Impressões




Sinto-me como numa rodinha, aquelas que a gente brinca quando é criança. Tudo gira ao meu redor, rodo, rodo e não saio do lugar. Não vejo, não percebo nada do que se passa. As coisas no meu entorno não passam de borrões, não defino nada. A certeza que levo disso é que quando eu levantar e andar vou estar um pouco tonta, talvez até caia uns tombos até me recompor. Mas quando eu me recompuser tudo vai estar no lugar. Quando eu me recompuser, vou ver, vou perceber o que se passa e os borrões vão virar sorrisos, vou poder definir tudo. Quando eu me recompuser tudo vai estar bem, vou sair do lugar, vou olhar pra trás e ver que era só uma rodinha de criança.